Palestra Elon Musk

Tem gente que acha o Musk super polêmico. Preciso dizer que também acho (não que isso mude em algo a admiração que tenho por ele).

 

Ao falarmos de empreendedores que conseguiram gerar um impacto na história do mundo, acredito que será difícil não citar o nome de Elon Musk – por tudo que ele já construiu e, por incrível que pareça, por tudo que ele ainda vai construir (que, de certo modo, ofusca o que já foi construído, de tão grandiosos que são seus planos).

 

Não consigo pensar hoje em um nome que seja tão inspirador como o de Elon Musk.

 

Pelo menos não consigo pensar em outra pessoa que tenha planos tão grandiosos quanto tornar a raça humana interplanetária (Space X); ser um dos principais motores de sustentabilidade do mundo (Tesla); permitir a conectividade à internet para todos (Starlink); e reduzir o risco da Inteligência Artificial, além de ajudar a reduzir o dano de lesões cerebrais (Neuralink) – e tudo isso ao mesmo tempo. Literalmente.

 

PS: e olha que nem comentei acima da The Boring Company e do Twitter, que tá pra ser comprado.

 

Eu tive o privilégio de assistir a uma palestra do Musk na última sexta-feira, quando ele veio ao Brasil para tratar de um acordo com o governo brasileiro e prover internet para 19.000 escolas brasileiras, além de monitorar a preservação da Amazônia via satélite.

 

Dentre algumas perguntas muito simples feitas pelos participantes, uma delas se destacou. Uma aluna perguntou ao Musk o que realmente motivava os colaboradores das empresas que criou e o que ele poderia compartilhar a respeito disso.

 

A resposta foi um grande aprendizado:

 

Em primeiro lugar, Musk começou dizendo que precisamos sempre tentar entender por que queremos fazer algo. Intencionalidade. 

 

Aproveito pra dizer aqui que, coincidentemente, esse foi um dos principais aprendizados que eu tive na minha pós graduação de neurociências aplicada à educação: conseguir explicar da melhor maneira possível por que uma matéria é importante e como ela vai te impactar é necessário para que o aluno possa realmente aprender.

 

Vou te dar um exemplo prático real que aconteceu comigo: há 4 anos, eu comecei a ler sobre meditação e vi que tinha alguns empreendedores americanos que adotaram a prática e eu queria ser igual. Tentei, tentei e tentei – não consegui manter o hábito.

 

Só consegui criar o hábito depois de um bom tempo lutando, porque consegui entender realmente por que eu estava fazendo aquilo: eu queria aprender a responder de maneira menos instintiva as pessoas que amo, como meus pais. Sabe quando você tem uma relação tão próxima que as respostas às vezes saem na lata? Eu queria corrigir isso. É um motivo bem claro, não é?

 

É disso que o Musk estava falando. Nas palavras do próprio Elon, “o nosso cérebro evoluiu para lembrar do que é importante”. Pra que nosso cérebro se lembraria de algo que não tem relevância, como, por exemplo, o que seu professor de finanças falou na antepenúltima aula? Talvez você só se lembre ao saber que aquele conteúdo poderá ser aplicado na sua empresa para resolver aquele problema de fluxo de caixa (por exemplo).

 

Automaticamente, vamos ignorar e esquecer as coisas quando não sabemos o porquê elas seriam usadas. 

 

Ainda nas palavras de Musk, “explicar o porquê aumenta consideravelmente a motivação do time – mas nem tudo precisa ter um motivo grandioso pra mudar o mundo. Você pode começar tentando maximizar sua utilidade”.

 

Você pode fazer coisas pouco úteis para muita gente ou fazer coisas muito úteis para pouca gente. Talvez até consiga pensar em algo muito útil para muita gente – mas a pergunta que o Elon nos deixa é “quão útil você está sendo para o mundo?”. 

 

Tomo a liberdade de adicionar aqui uma reflexão minha no meio da reflexão do Musk: vale a pena começarmos a pensar que o impacto que geramos não deve ser medido somente pelo alcance que temos, pelo número de seguidores ou likes. Talvez o impacto que geramos também precise ser medido pela profundidade da diferença que fazemos na vida de algumas pessoas. 

 

Musk terminou essa resposta (que foi a última) da seguinte maneira: “Qual objetivo você deve ter? Tente ser útil – já é bem difícil”. 

E como fica isso na prática? 

Eu ouviria o tio Elon… Realmente não é fácil e nem sempre vai dar certo. 

Mas não é porque algo não deu certo que significa que você fez uma escolha errada.

Quero terminar esse texto dizendo que acredito muito que nós precisamos considerar encarar o mundo mais como probabilidades, não como certezas. Já tem muita gente espalhando certezas aí e pedindo pra você arrastar pra cima

É muito mais confortável pensar em caminhos binários na vida – ou direita ou esquerda – simples. Mas você e eu sabemos que não é assim.

Não é um texto desses ou um conselho do Elon Musk, do Bill Gates ou do Warren Buffett que vai fazer algo dar certo. É o seu comprometimento com 

Existe mais a “escolha que você faz ser certa” do que “a escolha certa”. 

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