A dozen lessons about
product market fit

1: Um jeito de olhar venture capital é pensar em construir algo com um tripé: pessoas, mercados e produtos inovadores. Todas os 3 pés são necessários para o sucesso. Dentro disso, existem diferentes VCs que priorizam diferentes partes, mas é uma boa abordagem considerar sempre o mercado como o mais importante, porque depois podemos mudar as pessoas ou o produto – mas nunca o mercado.

 

2: Uma hipótese de valor é uma tentativa de articular a principal suposição de por que um cliente pode usar seu produto. Product market fit é encontrar uma hipótese de valor que se prove. Você pode ser muito bom no que faz, mas se o mercado não gosta, não adianta. Ao mesmo tempo, você pode não ser tão bom no que faz, mas se o mercado gostar, algo especial vai acontecer (“first market, then your team”). Alguns VCs colocam a ênfase no empreendedor primeiro, mas é uma questão de ênfase e também de timing. 

 

3: Por muitas vezes, você tropeça no product market fit por acaso – mas o processo pra você chegar a tropeçar no PMF é incrivelmente consistente (Andy Rachleff). Tem o curso do Rachleff em Stanford chamado “Aligning startups with their markets”. Steve Blank também, mesma coisa: comece com uma hipótese, teste ela, prove ela e depois siga em frente. A hipótese de valor tenta definir o que você vai construir, quem está desesperado por isso e qual o modelo de negócio usado para entregar isso. PMF emergem de experimentos, simples assim, é através de uma série de experimentos de construir/medir/aprender. Não é um momento “a-ha”. 

 

4: Dá pra sentir quando ainda não atingiu o PMF: clientes não percebem tanto valor, boca a boca não espalha tanto, uso não cresce tanto etc. Também dá pra sentir quando atingiu. 

 

5: Existem empreendedores que confundem product market fit com growth e métricas de vaidade (curtidas, seguidores etc). Nada ilustra tão bem o PMF do que vendas. 

 

6: Muitas startups acham que chegaram ao PMF, mas na verdade não chegaram. Idealmente nos estágios mais iniciantes no processo de desenvolvimento de produto o mercado “puxa o produto” da startup organicamente.

 

7: Ser o primeiro no mercado raramente importa. Já ser o primeiro a ter o PMF é quase sempre o fator vencedor no longo prazo. 

 

8: O PMF não é um “big bang event”. Não é tão óbvio quando você realmente tem o PMF. Ao alcançar o PMF, você pode perdê-lo (embora seja difícil). Mesmo alcançando o PMF, você vai ter que ralar contra a concorrência. É necessária constante adaptação para alcançar o PMF (palestra Rodrigo Tognini falando do Conta Simples). 

 

9: Startups precisam normalmente de 2 a 3x mais tempo do que acreditam para encontrar o PMF. Precisam tomar cuidado com escalar prematuramente (investir recursos antes dessa clareza), principalmente por causa da pressão pelo ROI. Em um estudo, aproximadamente 70% já escalou prematuramente em algum âmbito e isso pode ser causa de 90% de mortes de startups. 

 

10: O processo de experimentação com base em descobertas é necessário – pense em melhorar seu produto apenas depois de encontrar o PMF. Pense também que o mercado não se importa se seu time é bom – somente se importa se seu time entrega/produz o produto viável para resolver sua dor. Se praticamente todo mundo no business estiver focado em preencher essa demanda pelo produto em vez de imaginar novas features pra criar demanda, muito provavelmente você alcança o PMF. 

 

O PMF não é mágica – e também não é a fórmula mágica pra tudo. Depois dele, você precisa construir um modelo de negócio sustentável e criar uma proteção contra competidores. O que o PMF faz é evitar com que você gaste todo seu dinheiro em algo que vai falhar.

 

11: No geral, contratar antes do PMF te desacelera e contratar depois do PMF te acelera. Pense em iterações e faça o máximo possível. É isso que é preciso para o PMF. Faça o que for necessário para atingi-lo. Depois de alcançá-lo, ignore quase todo o restante. 

 

12: Chris Dixon diz que founders precisam escolher um mercado bem antes de ter alguma ideia (founder market fit).

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