Categorias
Jobs to be done Validação

Estudo sobre “Jobs To Be Done”

Estudo sobre "Jobs To Be Done"

Cubos Academy: https://www.youtube.com/watch?v=UbTnpBHxgco

Para criar um produto, a primeira pergunta é “qual é o job to be done?” e existem jobs funcionais, emocionais e sociais. 

Princípios do JTBD: é sempre um verbo + objeto + circunstância. Exemplo: pagar boletos condominiais (e existem várias formas de fazer isso). JTBD é escrito sobre a perspectiva do executor, não do observador. Outro princípio é entender o propósito, o objetivo final, e não as ações pequenas. O JTBD é esse propósito maior, a necessidade primordial, é atemporal (exemplo: criar uma playlist do Spotify não é um JTBD, porque não é atemporal – em 1940 não existia, por exemplo; então seria algo como “criar uma playlist para ir ao trabalho” – sim, contém uma inovação que é a playlist, mas pode ser considerado atemporal). JTBD nunca tem “e” ou “ou” e não tem adjetivo, porque isso coloca subjetividade. 

Exemplo: “Ter ajuda para criar as férias que a família inteira vai curtir”. Tem dois verbos, tem subjetividade. O ideal seria “planejar férias para a família”. 

A capacidade de identificar o principal job é o que faz uma indústria inteira ser modificada. Uber e táxis têm mesmo JTBD, que é “chegar no destino a tempo”. O Uber olhou isso e mapeou jobs correlatos que surgiram junto com a necessidade principal: planejar como vou, quanto tempo vai durar, entender percursos, quanto vou gastar etc. 

Pense sempre no jobs principal e busque inovar nos jobs correlatos.

//

Projeto Draft: https://www.projetodraft.com/verbete-draft-o-que-e-job-to-be-done/

O JTBD parte do princípio que não adianta só perguntar para as pessoas o que elas querem, porque elas responderão de acordo com o que já existe no mercado. Frase do Ford entra aqui: “se eu perguntasse o que a turma queria na época, eram cavalos mais rápidos e não carros”.

Exemplo bom de um JTBD: Easy Taxi oferecendo 30% de desconto oferecendo contratos pra transportar todos os convidados em festas de casamento. É foda pegar táxi na madrugada, então eles resolvem esse problema: é ir na direção do que as pessoas precisam. Outro exemplo é o JTBD de bancos para jovens – eles precisam ser invisíveis para os jovens, já com idosos é o contrário: precisa ser super atencioso, porque ir ao banco é uma atividade social para eles.

//

Forbes: https://www.forbes.com/sites/stephenwunker/2012/02/07/six-steps-to-put-christensens-jobs-to-be-done-theory-into-practice/?sh=27058bbc1f63

6 passos para colocar a teoria do JTBD na prática:

1: Quais são os high level JTBD? Foque nas necessidades das pessoas (e suas). Por exemplo: um pai que leva 3 crianças num domingo à tarde no cinema – não era pra ver filme e sim pra tirar as crianças de casa. Será que poderia ser uma boa colocar um espaço kids no cinema? Apenas ilustrando.

2: Quais são os approaches existentes atualmente aos pontos de dor? No exemplo do cinema, talvez ele tenha que encarar playgrounds indoor infantis como possíveis concorrentes.

3: Existem benchmarks em muitas áreas além da sua própria. Por exemplo, os cinemas podem aprender muito com a Disney sobre como vender produtos para crianças e como entreter pessoas nas filas.

4: Qual critério de performance seus clientes usam? Quais adjetivos descrevem uma boa solução? Bom? Barato? Fácil? Rápido? Entender isso traz um foco muito maior no produto como um todo e no que precisa ser desenvolvido ou enfatizado.

5: O que previne novas soluções de serem adotadas hoje? Converse com clientes sobre como eles tomaram decisões para adotar inovações. 

6: O que é valor para o seu cliente? É preciso ter muita clareza disso. Valor pode ser definido por dinheiro, tempo, conveniência, paz de espírito e muito mais.

//

Exemplos JTBD (criador): https://strategyn.com/jobs-to-be-done/jobs-to-be-done-examples/

Sempre pense no job do ponto de vista do cliente. Exemplo: para uma empresa que produz herbicidas para fazendeiros, eles podem achar que o JTBD é “matar pragas”, mas na verdade para o fazendeiro é “prevenir pragas de impactar minha plantação”. 

Foco sempre no job/cenário inteiro, e não só em um pedaço. Exemplo: uma empresa pode focar em “prevenir pragas de impactar a plantação”, mas ela pode considerar ajudar no processo inteiro, que é “ter uma boa plantação”. Clientes não querem ficar juntando várias soluções, é muito melhor e mais cômodo para eles ter tudo junto para o “job to be done”.

Defina um job em torno do aspecto funcional, não dos emocionais que o rodeiam. Uma empresa que oferece um produto que “evita pessoas se perderem ao dirigir” faria um desserviço a si mesma concluindo que seus clientes compram seu produto para “não ter dor de cabeça” (aspecto emocional). Um foco nisso não entrega o que o cliente precisa para não se perder. É óbvio que é importante entender o aspecto emocional, mas somente na hora de posicionamento e comunicação, não na inovação

//

Framework: https://jobs-to-be-done.com/jobs-to-be-done-a-framework-for-customer-needs-c883cbf61c90

1: Quem são seus clientes?

Para uma empresa B2C, isso pode ser simples. Para o B2B, isso pode complicar. Existem 3 tipos de clientes: (1) o executor do job, que é a pessoa que usa o produto pra ter o core job feito; (2) o time de suporte do ciclo de vida do produto, que são pessoas que instalam, transportam, reparam etc o produto; (3) e o comprador, que é responsável pela decisão financeira (que acredito que seja o caso da LaneMatch).

2: Que tipo de job ele quer que seja feito?

O cliente executor do job tem 3 tipos de jobs a serem feitos: (1) o core job funcional, que são exemplos como “consertar um móvel quebrado” ou “proteger contra um ciberataque”; (2) jobs relacionados, que são jobs que devem ser feitos antes, durante ou depois do core job; (3) e jobs emocionais, que descrevem como o executor do job quer se sentir ou ser percebido ao executar o job core funcional (esses inputs são importantes para criar a proposta de valor para o cliente). 

O cliente do time de suporte do ciclo de vida do produto tem o job da cadeia de consumo, que envolvem receber, instalar, preparar, transportar, armazenar, reparar etc.

O cliente comprador quer o job a decisão de compra, que é feito pela lente financeira e quer analisar métricas de performance/finanças para tomar a decisão.

3: Os resultados desejados pelo cliente

É necessário descobrir as necessidades do cliente associadas a resolver o job. O que exatamente o cliente está buscando? As necessidades são descobertas estudando o processo do core job funcional e mapeando o Customer Centered Innovation Map (https://hbr.org/2008/05/the-customer-centered-innovation-map). 

//

Mistakes JTBD:

https://jobs-to-be-done.com/avoid-these-common-mistakes-when-getting-started-with-jobs-to-be-done-bd55ec91fcb2

“As pessoas não querem uma furadeira de 3 cm, elas querem um buraco de 3cm”. 

Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4980, Jardim Paulista, São Paulo – SP, Cep 01402-002
contato@lsb.com.br
+55 11 93098-6541
Categorias
Growth Validação

Existe “business as usual” em startups?

Existe "business as usual" em startups?

Trecho retirado da newsletter “Startup Core Strenghts”:

This is a hard one: “What about “BAU?”

 

We’re constantly reminding entrepreneurs that, with any successful startup, 90% of their growth ends up coming from 10% of the stuff they try. So we push companies to prioritize uncomfortably.

 

Companies write a short list of “must win battles” that’ll ultimately dictate their success or failure. And that’s when it gets uncomfortable.

 

Suddenly, everyone’s inundated with new work, but these crucial “must win” projects tend to creep along painfully. Teams get stressed, and founders usually ask me how they can carve out time to focus on growth initiatives plus the “BAU.”

 

Now, BAU stands for “business as usual,” so I ask: “What exactly is this ‘BAU’ and why is it more important than growing your startup?” And they reply with really important projects like fixing technical debt, ongoing social media marketing, sending newsletters, the product roadmap, QA testing, fixing typos, setting up internal tools and processes, compliance, getting feedback from lawyers…you get the point.

 

I’d hate to tell them to stop any of these pressing matters. It’s not my company, and those sound really important! So instead, I tell them this:

  • In the early days, PayPal wasn’t licensed to transmit money in any of the 50 US States
  • Their early fraud losses exceeded $2,000 per hour
  • And the entire “tech stack” was a single monolithic CGI script that eventually collapsed and brought down PayPal and eBay for 8 days before Christmas 2004.

I tell them that great startups are messy places where people take huge risks and do work they’re not always proud of. They prioritise growth ruthlessly, and make painful choices in the process.

 

Look, I’m not saying you should break the law, avoid compliance, send emails with typos, or accumulate technical debt. But I am saying that every successful startup has taken huge risks to gain tactical advantage.

 

It’s a hard thing to tell perfectionists, but there is no such thing as “business as usual” in a startup.

Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4980, Jardim Paulista, São Paulo – SP, Cep 01402-002
contato@lsb.com.br
+55 11 93098-6541
Categorias
Depoimentos de empreendedores Validação

Conversa com Rodrigo Tognini,
Founer da Conta Simples

Conversa com Rodrigo Tognini,
Founer da Conta Simples

Rodrigo Tognini no MI5, Alvaro Schocair

Rodrigo Tognini: 9 anos de jornada de tentar empreender, 4 anos de Conta Simples. Tentou empreender com fazer bonés, ficou no zero a zero. Tentou abrir uma fintech (CitraPay) também pra desintermediar maquininhas de pagamento.

Primeiro erro: alugaram um coworking pra desenhar o produto. Quando lançaram, foi fracasso total. Frustração absurda e desalinhamento de sociedade. E ELE FEZ O CURSO DO STEVE BLANK ouvindo get out of the building e tudo mais.

Conta Simples hoje: tese não é hoje o que era. Tem 180 funcionários, 650m transacionados, 150m em investimentos, 200m em saldo e faturando dezenas de milhões por ano. Começaram com banco digital pra empresas e mudaram pra plataforma com sistema de gestão + conta + cartão focada em empreendedores da nova economia.

1 produto, 1 canal, 1 persona, 1 dor. Foco. NICHE TO WIN (procurar paper). Decisões difíceis demais de escolher o que atacar e o que não atacar. Bateu na porta de 80 investidores pra ouvir 5 “sim”. Primeira rodada foram só R$160k. Trabalhava de Reveillon e tudo mais no começo.

Quanto antes você conseguir colocar um protótipo realista na mão do cliente, melhor. Tangibilidade. Essa foi a primeira etapa.

Qual o principal KPI agora? Era receita. Segmentaram clientes por receita e fizeram análise de concentração e encontraram um super pareto (90% receita de 10% clientes). Pega telefone, liga, entrevista presencial, fala tudo e pergunta tudo.

“Sei que não é sexy, mas é o que dá resultado – por que não focar ali? Find 100 customers that love your product” – Aaron Harris.

Do things that don’t scale. Ligava pra todos os clientes que paravam de usar, um a um. Mostrou agenda telefônica de cliente absurdamente grande que normalmente a galera negligencia. PRECISA SENTIR CHEIRO DO CLIENTE. Pede licença, mas não pede desculpa. Se quer ser empreendedor de sucesso, vai ter que “atrapalhar os outros”.

Definição de responsabilidades bem clara (desde o início, foi bem claro por causa de skills dos sócios). Tech tem que ser in house. Um dos sócios ficou 3 meses contribuindo de graça, querendo ajudar, e só depois foi convidado pra sociedade – dava pra ver que o cara estava lá pelo desafio. Fundador do Tinder tá no board dele.

Humildade, trabalho duro, energia e visão de longo prazo. Era isso ou nada.

Ausência de vaidade ao dar sociedade pra turma, pra não ficar chateado que uma pessoa saiu da empresa e depois tá pensando em voltar. EXTREME OWNERSHIP do Jocko é entregue pra todo mundo quando entram na empresa. Isso é construção de cultura.

Tem que ser cara de pau. Se preparava absurdamente pra cada reunião, fazendo perguntas difíceis (e perguntas certas) e passando a melhor impressão possível – mesmo que o cara não tenha interesse em investir em você, você precisa passar essa impressão impecável.

Cultura no início foi “por osmose” – mas osmose é falar sobre, deixar explícito – vivendo com a turma ali. Traz gente parecida. Quando começou a crescer, aí mudou: quando entram novas pessoas na empresa, não é “por osmose”, tem que ter processo e ritual (por exemplo, toda 2ªfeira tem evento pra lembrar da cultura, avaliação de desempenho é com base nisso, processo de contratação tem isso).

Sales pra potencializar processo, mas precisa ser sales driven. Primeiro ter um produto bom e depois vender. DIFERENÇA DE OPINIÃO AQUI ENTRE RODRIGO E CAÍQUE. Tinha um sócio com foco em Vendas desde o início e não foi um processo subestimado. “Vendas é potencializador de um produto bem estruturado”. 

Não sabe por onde começar? Joga a rede grande no mar e veja qual peixe vem. Dar a cara a tapa e faz teste teste teste.

 

Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4980, Jardim Paulista, São Paulo – SP, Cep 01402-002
contato@lsb.com.br
+55 11 93098-6541