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Depoimentos de empreendedores

Conversa com Bruno Rohlfs,
Founder do Push Matcha

Conversa com Bruno Rohlfs,
Founder do Push Matcha

Bruno começou esse MI5 Talks dizendo que não costuma fazer palestras e que, se fosse fazer uma, seria uma palestra de “o que não fazer” – disse estar aprendendo muito na fase de crescimento em que a Push Matcha está hoje.
A Push existe há 18 meses. Ele tinha a ideia e não tinha o dinheiro, então captou inicialmente com 2 anjos para tirar o projeto do papel – e escolheu 2 anjos que ainda hoje o acompanham e estão ao seu lado semanalmente. Ele buscou o beabá no início: startups com 3 founders têm mais chance de sobrevivência, então juntou 3 sócios (mas 1 deles saiu por desalinhamento – e aqui fica um aprendizado grande compartilhado por ele: nunca economize com advogados).
O lançamento da Push foi muito errado. Tentaram fazer com uma inspiração da Desinchá distribuindo recebidos para blogueiras, mais de 200 seedings e não dava retorno. No primeiro mês, venderam bastante com family and friends e depois mergulhou.
Observação: ele queria ser o Red Bull saudável – essa era a missão, desde o começo. Criar uma marca muito forte e fazer com que seu produto representasse um hábito.
Após o seeding que não trouxe resultado, mesmo com grandes blogueiras repostando a marca, eles mudaram a estratégia e criaram um time de microinfluenciadoras que fizeram a Push crescer. Ele também comentou da Greta, a “thematchagirl”, que foi uma “sorte” em sua jornada e os ajudou muito a crescer. Para entender melhor números, eles tiveram em um mês antes de conhecer essa influenciadora uma venda de 25k – e no mês seguinte com a parceria com a Greta, só ela vendeu 27k. A partir disso, criaram uma estratégia de tratar as influenciadoras como se fossem clientes – e não só uma ferramenta para repostar seus produtos. Criaram, por exemplo, o Push Content Day, no qual levam influenciadoras para se conhecerem e criar conteúdo juntas, porque pra quem cria todo dia é difícil sempre ter inspirações. A partir disso que ele começou a criar uma comunidade. Outra iniciativa que estão criando é o Push Hub, no qual juntam nutricionistas, embaixadoras e outros stakeholders em um perfil de Instagram fechado para dar benefícios, contar como produzir melhores conteúdos e muito mais.
Um ponto super importante da jornada da Push é o uso do dinheiro da segunda captação que fizeram, no total de 1 milhão de reais. Ele usou 30% disso para capital de giro e diz que deveria usar entre 70 a 80% – mas o principal ponto é que gastou o dinheiro errado, foi full marketing com blogueiras caras para poder entregar retorno aos investidores. Comentou muito dessa pressão de investidores e do quanto devemos ter cuidado com investidores tóxicos que trazem cada vez mais pressão para que você gaste o dinheiro, traga um certo crescimento e eles consigam reinvestir e aumentar sua participação.
Bruno também comentou que até poucos meses atrás a Push não tinha um processo comercial. Não era organizado, mas era intenso – estão só agora pensando em processos melhores de vendas. Ele também desabafou sobre a dificuldade de delegar que tinha e do quanto se atrapalhou ao tentar fazer tudo por conta própria. Andava de lado, achando que estava fazendo muito, mas sem crescer. Aprender a delegar foi essencial.
Outro fator relevante da jornada da Push que o Bruno comentou foi o fato de ter por perto um networking bem trabalho de outros founders. Ao longo da sua carreira, ele sempre tratou esse assunto com muito carinho e hoje colhe desses frutos: tem uma rede de outros founders na qual sempre compartilham dificuldades, experiências e aprendizados.
Quando perguntamos a ele sobre contato com os clientes, Bruno também trouxe um aprendizado incrível e que não podemos deixar passar: ele sempre teve contato muito próximo com os clientes e isso foi o que fez a marca se tornar tão forte. Desde postagens e respostas em redes sociais, como ligar e conversar por horas com cada uma das influenciadoras e embaixadoras, contando a história da marca e trazendo-as para dentro da empresa, fazendo-as sentir parte de tudo – nunca foi só mandar produto. Mais que isso, ele falou que para ter sucesso em ações com outras pessoas, tente sempre entregar as coisas de mão beijada – não só para influenciadoras, mas também para, por exemplo, mostrar um programa de partnership para colaboradores).

Outros comentários importantes a serem ressaltados:

– participação em feiras do seu segmento podem gerar resultados muito acima do esperado e o Bruno recomenda fortemente considerar as feiras – trouxe o exemplo da Natural Tech que participou e só nela conseguiu a entrada no GPA;

– RD Station e algumas ferramentas podem otimizar seu processo de uma maneira que nenhuma pessoa conseguiria;

– Bruno sabia dizer na ponta da língua dados do negócio, como o fato de que 80% dos clientes são mulheres e 40% são abaixo de 18, 40% abaixo de 30; que os EUA representam 50% do mercado mundial; sabia dizer o nome das 3 maiores inspirações e referências no mundo;

– e muito mais.

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Uma aula de empreendedorismo
em Berkeley

Uma aula de empreendedorismo
em Berkeley

Em Berkeley, tive a oportunidade de assistir a uma aula chamada Tech & Entrepreneurship com o professor Naeem Zaffar, um grande profissional que já foi VP da Oracle (entre inúmeros outros cargos) e hoje é fundador da TeleSense, uma agtech que já está em Series B.

De início, vale citar que o professor foi muito duro com os alunos já no primeiro minuto de aula. Começou falando que os alunos precisam apresentar um pitch em 20min e que se nos 2 primeiros minutos eles não chamarem a atenção, seriam abruptamente interrompidos, porque o começo é importante. Para entender o nível de detalhe que o professor pedia, ele disse que se recebesse impressões frente e verso descartaria o trabalho e não leria nada (risos).

Como o tema da aula era falar sobre um executive summary, o professor já começou falando que o summary precisa ser direto ao ponto. “Nobody gives a shit about details”, me diga o que você descobriu, o que está fazendo, quanto cresceu e se o time age como um time mesmo. Um dos principais critérios para avaliar comprometimento dos founders é a profundidade e extensão da pesquisa feita pelos founders.

Depois recebemos uma guest speaker chamada Bhumi Bhutani, fundadora da Way.com, um super app que começou como uma solução para estacionamentos e hoje envolve tudo relacionado a carro – faturam US$120 milhões por ano.

Esses foram alguns dos insights dela:

Ela começou dando uma sugestão para ler o livro The Founder’s Mentality. Formou em Berkeley e fez mestrado na London School of Economics. Trabalhou na Roche. Começou falando sobre shamelessness e precisa dar a cara a tapa literalmente. 

Teve uma experiência horrível em uma reunião em San Francisco com estacionamento. Parou em um lugar horrível, caro, e depois viu que tinha um outro mais barato logo do lado de onde era a reunião. “E se tivesse uma plataforma com todos os serviços, todos os custos, incluindo os mais baratos?” foi como surgiu a way.com (começou com estacionamento e consolidou tudo de car services em um super app).

Na pandemia, demitiram vários e ficaram só os “generals”, que compartilhavam a visão. Teve covid e foi falar com muita gente e acabaram lançando 5 novos produtos na pandemia do tanto que falaram com clientes.

Começaram com 4 pessoas. Uma pessoa que cuidava de finanças, um developer e um CTO, além dela. Quando tiver escala, traga pessoas com experiência do setor. If you don’t have a strong insurgent mission, you can’t attract good people. Algumas pessoas não tiveram salário por um bom tempo na crise.

O primeiro investimento é o mais importante, porque é o que valida o negócio e dita o ritmo para os próximos.

Eles queriam ser a Amazon de serviços e mudaram completamente. 

 

  • back your doubts with data, even if it’s limited (and be your customer)
  • go to market strategies focused completely on differentiation

Queria pegar investimento sempre, tinha vontade, mas sempre dava um passo pra trás pra se virar primeiro e encontrar uma maneira de não pegar dinheiro. Disciplina enorme pra isso.

Sobre mentores: importante pedir 15min no LinkedIn uma vez por mês, o que tiver disponível. First ask them how they got to where they were e daí você começa a conversa. Relaciona com o tal do shamelessness que ela falou no começo da aula.

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Conversa com Franco Pontillo,
Manager da Domo Invest

Conversa com Franco Pontillo,
Manager da Domo Invest

Esse é um resumo dos insights tirados da palestra com o Franco Pontillo, General Partner da Domo Invest.

 

O bate papo com o Franco começou, na verdade, com as empresas do MI5 se apresentando para ele. Logo no início, ele deu um insight interessante no que diz respeito a novos mercados e produtos sem muitos concorrentes prévios: existe o Last Mover Advantage, a vantagem de não ser o primeiro em um mercado – ou seja, a vantagem de não ter que ralar para educar o mercado e descobrir principais canais de aquisição de clientes, por exemplo. Isso não é uma regra para todos, mas podemos citar um exemplo real dessa Last Mover Advantage, que é o caso da Captable com um dos seus fundadores, Guilherme Enck, que esteve em uma das palestras do Hub de Conhecimento e comentou que hoje é a maior empresa do segmento em um tempo muito menor que os players mais antigos, porque “eles comeram muito mato e educaram o cliente”, enquanto a Captable entrou já com uma parceria super importante com a Startse e se aproveitou dessas descobertas dos concorrentes mais antigos.

 

Franco também deixou explícito como o mercado de VC pensa: a empresa precisa estar em um mercado grande, com um time incrível, ter uma “barreira competitiva de entrada” e precisa pensar em um exit nos próximos anos – e existem projetos que nem sempre têm fit  com VC e não tem problema. Ao falar sobre o time, Franco também disse que a experiência dos empreendedores é muito importante – mas isso não significa que empreendedores “sem Harvard no currículo” não se darão bem. Experiência pode vir da família e da vida, o empreendedor precisa saber vender e não pode transparecer o medo – precisa agir de acordo como alguém que conseguirá levar uma empresa a um crescimento enorme. Obviamente, o empreendedor também precisa saber se comunicar e não saber falar inglês, por exemplo, pode o prejudicar em uma captação Série A ou além.

 

A Domo Invest é uma gestora formada por criadores do Buscapé. Sua história de criação com a oportunidade do Buscapé se resume em juntar um consultor da McKinsey que soube dizer o que fazer com um time hands-on que executava tudo o que precisasse.

 

Franco também comentou em alguns momentos como o Buscapé se beneficiou do networking e da sua importância, dizendo que uma vez o Buscapé conseguiu uma reunião muito importante sendo “uma empresa do filho do Menezes” com um grande banco. Se fosse só mais uma empresa de um empreendedor não conhecido, talvez não tivessem essa oportunidade – e faz parte do jogo.

 

Outro comentário que marcou foi ouvi-lo dizer que dinheiro é tudo igual; o mais importante é o entorno de quem está colocando dinheiro: o expertise e os contatos. 

 

Outro insight da palestra foi quando ele comentou da diferença de startups B2B e B2C, considerando o custo de aquisição de clientes. B2B é mais fácil de acessar, enquanto B2C exige um esforço e provavelmente investimento maior – embora obviamente não seja uma regra. Inclusive, ele comentou de maneira bem clara para todos os alunos que eles não ficassem com só o que ele estivesse falando ali; incentivou perguntar para outras pessoas e nunca ouvir uma única opinião. 

 

Respondendo também a outra pergunta feita pelo time da Lium sobre como acessar Venture Capitalists, Franco respondeu que os empreendedores precisam ser caras de pau, precisa mandar email, precisa ligar, precisa aparecer na porta e o que for necessário, por quantas vezes forem necessárias. O VC não vai te ignorar, a não ser que sua empresa não encaixe na tese deles – o que, aí, seria óbvio ser ignorado.

 

Por último, Franco respondeu a uma pergunta feita pelo Digo sobre foco e o recado não tem nem como ser diferente de tudo que nos passam. Foco é um só e não tem como não ser isso. Busquem em períodos curtos de tempo provas do que o foco deve ser até encontrá-lo. O único ponto que talvez justifique uma leve perda de foco é com a necessidade do aumento de runway (tempo que a startup consegue se sustentar financeiramente).

 

Em resumo, o VC é um jogo de minimização de riscos. A Link tem um poder incrível, que é poder mostrar quem está dentro do jogo com você e isso ajuda na percepção de minimização de risco das startups de dentro da Link. 

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Depoimentos de empreendedores

Palestra Elon Musk

Palestra Elon Musk

Tem gente que acha o Musk super polêmico. Preciso dizer que também acho (não que isso mude em algo a admiração que tenho por ele).

 

Ao falarmos de empreendedores que conseguiram gerar um impacto na história do mundo, acredito que será difícil não citar o nome de Elon Musk – por tudo que ele já construiu e, por incrível que pareça, por tudo que ele ainda vai construir (que, de certo modo, ofusca o que já foi construído, de tão grandiosos que são seus planos).

 

Não consigo pensar hoje em um nome que seja tão inspirador como o de Elon Musk.

 

Pelo menos não consigo pensar em outra pessoa que tenha planos tão grandiosos quanto tornar a raça humana interplanetária (Space X); ser um dos principais motores de sustentabilidade do mundo (Tesla); permitir a conectividade à internet para todos (Starlink); e reduzir o risco da Inteligência Artificial, além de ajudar a reduzir o dano de lesões cerebrais (Neuralink) – e tudo isso ao mesmo tempo. Literalmente.

 

PS: e olha que nem comentei acima da The Boring Company e do Twitter, que tá pra ser comprado.

 

Eu tive o privilégio de assistir a uma palestra do Musk na última sexta-feira, quando ele veio ao Brasil para tratar de um acordo com o governo brasileiro e prover internet para 19.000 escolas brasileiras, além de monitorar a preservação da Amazônia via satélite.

 

Dentre algumas perguntas muito simples feitas pelos participantes, uma delas se destacou. Uma aluna perguntou ao Musk o que realmente motivava os colaboradores das empresas que criou e o que ele poderia compartilhar a respeito disso.

 

A resposta foi um grande aprendizado:

 

Em primeiro lugar, Musk começou dizendo que precisamos sempre tentar entender por que queremos fazer algo. Intencionalidade. 

 

Aproveito pra dizer aqui que, coincidentemente, esse foi um dos principais aprendizados que eu tive na minha pós graduação de neurociências aplicada à educação: conseguir explicar da melhor maneira possível por que uma matéria é importante e como ela vai te impactar é necessário para que o aluno possa realmente aprender.

 

Vou te dar um exemplo prático real que aconteceu comigo: há 4 anos, eu comecei a ler sobre meditação e vi que tinha alguns empreendedores americanos que adotaram a prática e eu queria ser igual. Tentei, tentei e tentei – não consegui manter o hábito.

 

Só consegui criar o hábito depois de um bom tempo lutando, porque consegui entender realmente por que eu estava fazendo aquilo: eu queria aprender a responder de maneira menos instintiva as pessoas que amo, como meus pais. Sabe quando você tem uma relação tão próxima que as respostas às vezes saem na lata? Eu queria corrigir isso. É um motivo bem claro, não é?

 

É disso que o Musk estava falando. Nas palavras do próprio Elon, “o nosso cérebro evoluiu para lembrar do que é importante”. Pra que nosso cérebro se lembraria de algo que não tem relevância, como, por exemplo, o que seu professor de finanças falou na antepenúltima aula? Talvez você só se lembre ao saber que aquele conteúdo poderá ser aplicado na sua empresa para resolver aquele problema de fluxo de caixa (por exemplo).

 

Automaticamente, vamos ignorar e esquecer as coisas quando não sabemos o porquê elas seriam usadas. 

 

Ainda nas palavras de Musk, “explicar o porquê aumenta consideravelmente a motivação do time – mas nem tudo precisa ter um motivo grandioso pra mudar o mundo. Você pode começar tentando maximizar sua utilidade”.

 

Você pode fazer coisas pouco úteis para muita gente ou fazer coisas muito úteis para pouca gente. Talvez até consiga pensar em algo muito útil para muita gente – mas a pergunta que o Elon nos deixa é “quão útil você está sendo para o mundo?”. 

 

Tomo a liberdade de adicionar aqui uma reflexão minha no meio da reflexão do Musk: vale a pena começarmos a pensar que o impacto que geramos não deve ser medido somente pelo alcance que temos, pelo número de seguidores ou likes. Talvez o impacto que geramos também precise ser medido pela profundidade da diferença que fazemos na vida de algumas pessoas. 

 

Musk terminou essa resposta (que foi a última) da seguinte maneira: “Qual objetivo você deve ter? Tente ser útil – já é bem difícil”. 

E como fica isso na prática? 

Eu ouviria o tio Elon… Realmente não é fácil e nem sempre vai dar certo. 

Mas não é porque algo não deu certo que significa que você fez uma escolha errada.

Quero terminar esse texto dizendo que acredito muito que nós precisamos considerar encarar o mundo mais como probabilidades, não como certezas. Já tem muita gente espalhando certezas aí e pedindo pra você arrastar pra cima

É muito mais confortável pensar em caminhos binários na vida – ou direita ou esquerda – simples. Mas você e eu sabemos que não é assim.

Não é um texto desses ou um conselho do Elon Musk, do Bill Gates ou do Warren Buffett que vai fazer algo dar certo. É o seu comprometimento com 

Existe mais a “escolha que você faz ser certa” do que “a escolha certa”. 

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Depoimentos de empreendedores

Conversa com Maurício Chamati,
Founder do Mercado Bitcoin

Conversa com Maurício Chamati,
Founder do Mercado Bitcoin

Maurício Chamati, fundador do Mercado Bitcoin (um dos unicórnios brasileiros). Também é empreendedor Endeavor em um bate papo sobre como foi o começo, como construiu um negócio incrível, perrengues e tudo mais.

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Depoimentos de empreendedores Foco

“Como o foco realmente é no dia a dia de startups?”
pelos Founders da Omie, Sallve e Cayena

"Como o foco realmente é no dia a dia de startups?" pelos Founders da Omie, Sallve e Cayena

Pergunta do Edson Rigonatti: O que é foco na realidade? Até onde temos que focar mesmo na ICP (Ideal Customer Profile)? E focar em fonte de geração de lead? E focar em canal? Isso é coisa de investidor doido? 


  • Daniel, fundador da Sallve:

 

Além do foco ser possível, ele é necessário. Sempre que eu passei por problemas e crises na empresa, parei para pensar depois no que havia acontecido pra analisar e identifiquei esses problemas como falta de foco.

 

E quando vem de uma rodada de investimento, o foco é mais importante ainda. Existe uma correlação muito grande entre receber uma rodada de investimento e desfocar. É difícil internalizar esse aprendizado, você passa por isso na Série A, depois na B e depois na próxima empresa se não se disciplinar (kkkkk).


  • Marcelo Lombardo, fundador da Omie:

 

Foco é fundamental, mas dependendo do estágio em que está. Explicando: fazer muita coisa diferente sem “ter musculatura” (track record) é impossível.

 

Teve um investidor bem early stage na Omie que investiu em outras duas startups junto e as 2 não sobreviveram: a diferença foi o foco que a Omie tinha. Enquanto eles queriam vender pra pequenas, médias e grandes empresas através de parceiros, field sales e tudo mais, eu tinha uma persona e um canal muito bem definido.

 

Sem foco, a única certeza é que você vai fazer todas as iniciativas mal feitas. Tem um momento muito difícil que é dar o all in em UMA só, mesmo que tenha um outro funcionando mais ou menos, mesmo querendo fazer mais coisas – o negócio é que, sem focar, nenhuma das iniciativas vai sair bem feita e o que for super promissor vai afundar e vai acabar sendo uma startup vendida por um real pra alguém.

 

Já em estágios mais posteriores, com uma possibilidade de captação de investimento maior e estrutura de gestão, isso pode se inverter. Talvez na rodada de investimento você tenha que expandir canais, MAS ISSO SÓ PODE SER FEITO COM UM MANAGEMENT TEAM EM PARALELO FAZENDO O “BUSINESS AS USUAL” CRESCER, ou seja, se o business original da empresa estiver super bem alinhado e gerenciado. A RD foi investir em segundos e próximos canais só com 50 milhões de receita recorrente. Abrir 2 ou 3 frentes vai chegar em lugar nenhum com nenhuma, não existe ilusão pra isso.

 

O gestor da empresa nada mais é do que alocador de capital e tem que priorizar apostas em cada estágio. Não é necessariamente dispersão de foco se levar em consideração O MOMENTO em que vai fazer. 


  • Pedro Carvalho, fundador da Cayena:

 

Concordo e assino embaixo de tudo (depois entrou em outro assunto). 

38 min é o momento certo desse documento, caso alguém queira assistir também

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Depoimentos de empreendedores Validação

Conversa com Rodrigo Tognini,
Founer da Conta Simples

Conversa com Rodrigo Tognini,
Founer da Conta Simples

Rodrigo Tognini no MI5, Alvaro Schocair

Rodrigo Tognini: 9 anos de jornada de tentar empreender, 4 anos de Conta Simples. Tentou empreender com fazer bonés, ficou no zero a zero. Tentou abrir uma fintech (CitraPay) também pra desintermediar maquininhas de pagamento.

Primeiro erro: alugaram um coworking pra desenhar o produto. Quando lançaram, foi fracasso total. Frustração absurda e desalinhamento de sociedade. E ELE FEZ O CURSO DO STEVE BLANK ouvindo get out of the building e tudo mais.

Conta Simples hoje: tese não é hoje o que era. Tem 180 funcionários, 650m transacionados, 150m em investimentos, 200m em saldo e faturando dezenas de milhões por ano. Começaram com banco digital pra empresas e mudaram pra plataforma com sistema de gestão + conta + cartão focada em empreendedores da nova economia.

1 produto, 1 canal, 1 persona, 1 dor. Foco. NICHE TO WIN (procurar paper). Decisões difíceis demais de escolher o que atacar e o que não atacar. Bateu na porta de 80 investidores pra ouvir 5 “sim”. Primeira rodada foram só R$160k. Trabalhava de Reveillon e tudo mais no começo.

Quanto antes você conseguir colocar um protótipo realista na mão do cliente, melhor. Tangibilidade. Essa foi a primeira etapa.

Qual o principal KPI agora? Era receita. Segmentaram clientes por receita e fizeram análise de concentração e encontraram um super pareto (90% receita de 10% clientes). Pega telefone, liga, entrevista presencial, fala tudo e pergunta tudo.

“Sei que não é sexy, mas é o que dá resultado – por que não focar ali? Find 100 customers that love your product” – Aaron Harris.

Do things that don’t scale. Ligava pra todos os clientes que paravam de usar, um a um. Mostrou agenda telefônica de cliente absurdamente grande que normalmente a galera negligencia. PRECISA SENTIR CHEIRO DO CLIENTE. Pede licença, mas não pede desculpa. Se quer ser empreendedor de sucesso, vai ter que “atrapalhar os outros”.

Definição de responsabilidades bem clara (desde o início, foi bem claro por causa de skills dos sócios). Tech tem que ser in house. Um dos sócios ficou 3 meses contribuindo de graça, querendo ajudar, e só depois foi convidado pra sociedade – dava pra ver que o cara estava lá pelo desafio. Fundador do Tinder tá no board dele.

Humildade, trabalho duro, energia e visão de longo prazo. Era isso ou nada.

Ausência de vaidade ao dar sociedade pra turma, pra não ficar chateado que uma pessoa saiu da empresa e depois tá pensando em voltar. EXTREME OWNERSHIP do Jocko é entregue pra todo mundo quando entram na empresa. Isso é construção de cultura.

Tem que ser cara de pau. Se preparava absurdamente pra cada reunião, fazendo perguntas difíceis (e perguntas certas) e passando a melhor impressão possível – mesmo que o cara não tenha interesse em investir em você, você precisa passar essa impressão impecável.

Cultura no início foi “por osmose” – mas osmose é falar sobre, deixar explícito – vivendo com a turma ali. Traz gente parecida. Quando começou a crescer, aí mudou: quando entram novas pessoas na empresa, não é “por osmose”, tem que ter processo e ritual (por exemplo, toda 2ªfeira tem evento pra lembrar da cultura, avaliação de desempenho é com base nisso, processo de contratação tem isso).

Sales pra potencializar processo, mas precisa ser sales driven. Primeiro ter um produto bom e depois vender. DIFERENÇA DE OPINIÃO AQUI ENTRE RODRIGO E CAÍQUE. Tinha um sócio com foco em Vendas desde o início e não foi um processo subestimado. “Vendas é potencializador de um produto bem estruturado”. 

Não sabe por onde começar? Joga a rede grande no mar e veja qual peixe vem. Dar a cara a tapa e faz teste teste teste.

 

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